Workshop I: Haunted Media

O primeiro workshop do projecto GHOST decorreu na passada sexta-feira, dia 5 de Maio, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Subordinado ao tema "Haunted Media", o encontro proporcionou uma discussão alargada, entre membros da equipa, convidados externos e a audiência, sobre as diversas configurações que a questão espectral assume, e pode assumir, no campo do pensamento sobre as ontologias das diversas artes visuais e performativas.

A manhã começou com a intervenção do convidado Eyal Peretz, que nos falou do fora de campo em cinema e da relação de assombração que estabelece com a imagem. Seguidamente, Francisco Frazão e José Maria Vieira Mendes conversaram sobre os fantasmas do teatro, atentando sobretudo naquilo que o teatro não mostra e que permanece como segredo.

A tarde foi composta de duas mesas. Na primeira, David Ferragut partiu de um excerto de Lúa vermella, de Luis Patiño, para reflectir sobre os fantasmas que assombram tanto o filme de Patiño quanto o cinema contemporâneo. Joana Mello debruçou-se sobre a influência, entendida como assombração, do film noir clássico em algumas séries da pintora Adriana Molder. Clara Rowland centrou-se nos motivos da repetição e da circularidade no cinema de Max Ophüls, destacando o modo como estes põem em evidência movimentos de aparição e desaparição.

A última mesa do dia teve como núcleo comum o Japão. Luís Mendonça discutiu o trabalho do fotógrafo Takuma Nakahira, considerando sobretudo a deambulação do artista pelo espaço enquanto fonte de assombração da cidade. José Bértolo ofereceu-nos uma reflexão sobre amor e morte, imagem e experiência, num percurso entre Plínio o Velho, François Truffaut e Nobuyoshi Araki. Por fim, Beatriz Dantas rastreou a rica iconografia fantasmagórica presente nas gravuras japonesas da fase tardia do período Edo, atentando em questões técnicas, estéticas e históricas.

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