Amândio Reis — O Poema do Papagaio (António Franco Alexandre)
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Kenneth Gross publicou em 2022 um livro sobre crianças que são perigosas e estão em perigo. Não se pode dizer que estas duas possibilidades se confundam, a não ser nos casos extremos em que estar em perigo torna as crianças perigosas, mas elas concorrem insistentemente em muitas das obras sobre as quais Gross se debruça. Como as crianças de carne e osso, estas crianças de papel (Alice, Pinóquio, Maisie, Peter Pan, Lolita, etc.), porque são crianças, justamente, “tornam-se companheiras dos animais” e “parecem fantasmas” (p. 3) — diz o professor americano no curto prólogo, que é mais um aviso à navegação do que uma teoria de leitura, adiantando-nos algumas das peças desse jogo de ameaçar e ser ameaçado, ser imaginado e imaginar-se, que é a vida à parte das crianças.
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Há um passo neste último livro de Kenneth Gross que pode servir de chave de leitura para o primeiro livro depois do primeiro de António Franco Alexandre, aproximando dois finais: o final do capítulo de Dangerous Children sobre o menino de pau de Carlo Collodi e o último poema de Sem Palavras nem Coisas (1974), o poema do papagaio. É que, ao concluir o seu comentário de Pinocchio, Gross abre uma brecha na arquitectura do discurso e nos protocolos do ensaísmo que, ainda que se atenue em textos posteriores, não pode voltar a fechar-se ao longo do livro. Por essa brecha passa o fantasma de Kenneth Gross, a pessoa de carne e osso, e das coisas que ele viu e experienciou ao escrever este livro. Em certa medida, o autor deixa-se acriançar, talvez pelo desejo de se misturar ele mesmo com as personagens que está a tentar compreender — um movimento perigoso, para ele e para elas —, termina o estudo de Pinocchio com uma exclamação, abre um espaço em branco no texto, pelo qual se mete, levanta-se e afasta-se da secretária?, ou fica só sentado a olhar pela janela?, e acrescenta um parágrafo:
Year after year, that kite snagged in the high branches of the tree outside my window, its cloth bleached by sun and rain, ever more ragged, moving in the wind, flapping and waving, what is it thinking? (p. 56)
Em “Lançando Papagaios Junto ao Rio”[1], também entra de súbito esse objecto flutuante, que está sempre a ir-se embora, e António Franco Alexandre também se põe a pensar no que estarão a pensar os papagaios, e em como fazer pensar o “papagaio poema” por obra de uma “arte miúda”, e no que estarão a pensar os que pensam com os papagaios, infantilmente, porque “os mestres são crianças”.
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Num momento introdutório, que corresponde também a uma proeza de síntese, de Tatuagem & Palimpsesto: da poesia em alguns poetas e poemas (livro no qual não figura o poeta António Franco Alexandre), Manuel Gusmão oferece esta definição:
O verso…, ou esse frasear que acende as imagens na noite fabulosa, segundo a hipotipose, a deixis in phantasma [sic], a prosopopeia… Esse produzir de imagens que ora se mostra ora se esconde mas sempre deixa rasto na coisa visível ou invisível que o poema vê e dá a ver, segundo os vários regimes de ver, ler e ouvir aquilo que é escultura do silêncio e que a cegueira conhece pelo tacto. (p. 13)
Além de um micro-glossário que poderíamos igualmente colher na escrita de António Franco Alexandre, encontramos no centro da teorização de Gusmão da poesia — que, no seu dizer, significa muitas vezes toda a literatura — aquele que é também o centro da poesia de Alexandre: a prosopopeia: isto é, a dádiva de voz ao que não a tinha: isto é, o mecanismo da palavra-pensamento, ou “o espírito (logos)”, dir-se-á em “Coito”: isto é, a aventura de pensar no que pensa o papagaio.
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Não é que dar a ver o não-visto (hipotipose) e referenciar o ausente (deixis am phantasma) não ocupem um lugar primordial nesta poesia, em praticamente todos os seus momentos e inflexões — na verdade, esses três passos de mágica da linguagem literária e da língua das crianças já são, em rigor, indissociáveis na proposta de Gusmão —, mas acontece que o dom principal dos papagaios é falar.
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Um aspecto que distingue o papagaio de Kenneth Gross dos papagaios de António Franco Alexandre é o facto de “kite” querer dizer primeiramente uma coisa, enquanto “papagaio” quer dizer primeiramente um animal. É certo que, num segundo sentido, também o termo inglês serve de designação geral para aves de rapina, mas a referência bibliográfica, aqui, é Kites, o tratado de 1953 de H. W. Fowler, com o subtítulo (omisso) A Practical Guide to Kite Making and Flying. (Estão abertas as portas ao double entendre.) Um aspecto que aproxima o papagaio de Kenneth Gross dos papagaios de António Franco Alexandre é o facto de todos eles parecerem, ou serem, fantasmas. Isto é mais óbvio no caso do ensaísta — “in the high branches of the tree outside my window, its cloth bleached by sun and rain, ever more ragged, moving in the wind, flapping and waving” — e menos óbvio no caso do poeta. Sugere-se, no entanto, que esta dimensão espectral do animal-objecto de António Franco Alexandre pode ser, em última análise, fundamental para uma releitura de Sem Palavras nem Coisas.
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No fim do primeiro livro de António Franco Alexandre, deparamos com um poema sobre papagaios de papel e papagaios de carne e osso, porque o mesmo nome serve a esses dois corpos de matéria distinta. O gosto que o poeta nutre pelo jogo das palavras tem sido discutido com frequência por críticos e especialistas, e não surpreende num escritor que parece ter dito em público, recentemente, que a poesia é para si uma diversão, mesmo, ou sobretudo (acrescentou quem ouvia), quando é mais triste, triste sem pejo, e que tem a fantasia como seu princípio orientador enquanto poeta. Estamos obviamente perante uma criança queer.
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Reconhecer a importância do livro-poema em António Franco Alexandre, por oposição ao livro como recolha de poemas (ainda que estes sejam ligados por uma ambiência ou um tema), implica o dever de olhar para essa forma que nem sempre se dá a ver, para, por meio de uma “atenção imaginante” (Gusmão, p. 11), delinear então o seu contorno, espectral, mas não espectacular. Sem Palavras nem Coisas vibra discretamente nas paredes e arquitraves, sussurrando-nos a sua arrumação ao longo de três grupos de três poemas amparados por outras duas composições reflexivas, equidistantes no livro, após o primeiro e o segundo grupos, que constituem a um tempo o mote e o centro lógico (espiritual): “Sem Palavras nem Coisas” e “As Coisas Justamente”. O primeiro núcleo é, digamos, metapoético: “Universo Animal”, “De Profundis” e “Coito”; o segundo, biográfico ou documental: “L’Oubli”, “Minhas Pequenas Dúvidas” e “Arqueologia História Possível”; o terceiro, digressivo e dissertativo: “Tríptico Nómada”, “De Um Bicho” e “Lançando Papagaios Junto ao Rio”. Mas esta compartimentação não impede, antes revigora, dinâmicas de sentido entre as várias partes. É assim que o penúltimo poema, “De Um Bicho”, comunica directamente com o segundo, “De Profundis” — os dois unem-se no seio do livro ao nível da modalização do discurso e do problema do conhecimento, recorrendo a parênteses repetitivos que são como pequenos alçapões, sementes de dúvida plantadas nos versos: “(talvez)” num caso e “(digamos)” no outro —, quase a ponto de formarem um poema em dois segmentos que, recomposto, seria “Das Profundezas de Um Bicho” ou “De Um Bicho das Profundezas [também, mas não necessariamente, Oscar Wilde], Esta Carta”. A hipótese de haver um espelho fosco na planificação de Sem Palavras nem Coisas pode assim convidar-nos a procurar alguma correlação, também, entre o último poema, “Lançando Papagaios Junto ao Rio”, e o primeiro, mais enigmaticamente intitulado — antes desta procura — “Universo Animal”.
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É um universo animal, justamente, aquele que vemos mapeado entre o poema do homem atravessado pela maré (“there is a tide in a man”, por via de Charles Olson, o poeta e teórico americano objecto de “homenagem” e citação neste poema prologal), uma espécie de mênstruo ou uma pulsão da espécie? — “a vaga / genital, sopro, que as mãos debruçam / sobre a rosa dos rios” — e o poema do
papagaio falante,
sábio, inocente, veloz,
com palavras na cauda e desenhos às costas,
poema, na atenção do equilíbrio,
cratera, sinal, cicatriz entreaberta,
ao nono dia do nono mês lançado
sobre a água impassível do silêncio,
herança de Han-Sin, ideograma,
pércido, gaio, malaio,
princípio ardente da ponte
sobre o rio, de lábio a lábio;
assim como um universo justamente animal, isto é, um mundo que, por um sentido de justeza, se reconhece animal — “mas os olhos: nossos um bicho guarda”, diz-se no segundo poema —, e, por um princípio de justiça (para aproveitar a modalização polissémica deste advérbio ao longo de “As Coisas Justamente”), reconhece o animal, que, neste caso, é o animal antropoglota, o papagaio e o poeta, ou o papagaio do poeta, fantoche e ventríloquo, ou, ainda, simplesmente, o poema prosopopaico. Falamos, portanto, de seres que imitam a língua dos homens, vendo-se porém libertos da sua natureza, dando à língua outro uso, impropriamente comunicante, segundo o “princípio ardente da ponte” do nonsense, da metáfora, da catacrese: do vociferar das coisas que “violentas e precisas dilaceram / o céu que por palavras as fez boca”, isto é, o céu-da-boca, que as disse, coisificando-as. Daí a cautela a ter com o eu de António Franco Alexandre, que é por vezes um gnomo e uma aranha, bem como com o nós, ainda mais dado a assombrações: “nos seja leve o crânio estilhaçado”, desejam-se eles na expressão lapidar de “Universo Animal”, e “aproximem-se dos nossos ritmos lentos” — é esta a exortação das moscas sem nome que falam no último poema de Os Objectos Principais. Devia ter dito atrás as línguas, porque o papagaio deste livro também é poliglota, e fala francês, inglês, espanhol, latim, alemão, etc., não por garrulice, antes na condição de “papagaio / doente de abecedário”, feito voar na tal “atenção do equilíbrio”, levado por uma adesão instintiva (“tide” ou maré) à morfologia das palavras enquanto morfogénese, por meio da qual enunciados frágeis se podem concretizar no éter de alguma boca (“interna” ou “inocente”), como coisas que o poema vê e dá a ver. Em todo o caso, o que estas criaturas dizem, seja o “sopro que as mãos debruçam” ou o “ideograma” — porque a forma do dizer tem primazia relativamente ao que é dito —, é lançado ao rio, é (di)vertido. Este rio surge então como sistema circulatório que bordeja os poemas do primeiro livro de António Franco Alexandre, um canal imprevisível para mensagens em garrafas que vão boiando imprevisivelmente, talvez acenando a quem leia, na vaga semântica de cada poema (“o wheel, draw / that truth / to my house”); trata-se tanto de um horizonte formal que agrega o livro quanto de um veio temático pelo qual nele podem transitar, “lábio a lábio”, missivas de além, cartas de angústia ou de amor, porém nunca confissões, “sobre a rosa dos rios”, ou seja, sub rosa.
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Ler estes poemas deve levar-nos, então, a atentar nos animais e nos fantasmas que, deles, nos interpelam, e que se fundem nessa dupla condição do ser poético: um espectro de papel que se move e fala, animado, homem, papagaio ou nome.
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Joana Matos Frias alertou-nos há pouco tempo para o engodo que pode ser uma aparente matriz objectivista na poesia de António Franco Alexandre, “anunciada pelos fantasmas de Charles Olson e William Carlos Williams que pairam desde a abertura de Sem Palavras nem Coisas” (2023, 219-220). Retenhamos da advertência a metáfora fantasmagórica, já que ela serve bem, igualmente, a estes outros seres poéticos que são os autores, ou os nomes de autores e de obras capturados para as entranhas do poema, onde se transformam. Mas a irreverência do autor para com as suas referências — estamos obviamente perante um poeta erudito — também não significa que não tenhamos de as levar a sério e de as ler, de facto; muito pelo contrário: ouçamos as vozes entrecortadas dos fantasmas.
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Um destes fantasmas é Michel Foucault, que, quando apareceu Sem Palavras nem Coisas, há cinquenta anos (1974), tinha publicado o seu Les Mots et les Choses havia menos de dez (1966). Mas sobre a óbvia alusão do título apetece dizer pouco, tirando que ele nem corrobora Foucault, nem o rejeita, como possa parecer por efeito da fórmula subtrativa que prescreve afinal o silêncio (sem palavras) e o nada (nem coisas) como alicerces sobre os quais o livro se erige. Apetece dizer algo mais sobre como Foucault aparece onde não parece, como, por exemplo, no poema do papagaio, cuja deriva enciclopédica oferece, num delírio dos nomes (“papagaio perdido”), por um lado, a força da associação pela qual se locomove a poesia de Franco Alexandre (“o wheel”), e, por outro lado, uma reconfiguração do prefácio no qual Foucault associa a origem do seu livro a um texto de Jorge Luis Borges que cita “uma certa enciclopédia chinesa”, na qual os animais se distribuem por uma taxonomia desestabilizadora.[2] Assim inspirado, o papagaio de António Franco Alexandre, que começa por ser um brinquedo de criança (“ad usum delphini”), passa a ser também um papagaio “marinho”, e uma lista de outras aves e plantas, todas cuidadosamente nomeadas, todas papagaio, bem como, ainda, um “cervo”, porque acontece que em francês a coisa que é um animal é outro animal ainda: um veado voador, assim descrito no verbete do “cerf-volant” da Grande Encyclopédie… francesa, aqui decorada em chinoiserie.
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O fantasma que mais me comove em Sem Palavras nem Coisas aparece no poema menos sentimental do livro, “Arqueologia História Possível” (outra vez, Foucault escondido com a cabeça de fora). Sim, o poema é evidentemente político, sim, a colagem feita a partir dos “informes” e do discurso de D. José Ignacio Pombo e D. Antonio de Narváez y la Torre, compostos entre o fim do século XVIII e o início do século XIX, reapresenta os horrores (numéricos) da escravatura e de uma presença nas Américas que nos inclui (“Pe. A.V.”), sim, os relatórios da economia colombiana dão, por avesso, a medida de miséria dos desvalidos da terra, que se vêem sem palavras nem coisas; mas quem é esse espectro legal que “condenado das leis e sem / outra defesa que os lábios emudeceu subitamente”?
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O poema “Arqueologia História Possível” abre com o emudecimento da sua figura central, que não é “ele”, sequer, porque não só não tem nome como também não tem pronome. Digamos que, aqui, o processo de denominação que virá a ser o motor versificatório de “Lançando Papagaios Junto ao Rio” é antecedido por uma forma radical de anonimato. Aquele que não está em lado nenhum, e que mesmo obliquamente, por meio dos famigerados dêicticos alexandrinos, só espreita na frase “os ombros tremiam-lhe” e suas variações, ocupa cada ponto do poema.
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Se em António Franco Alexandre assistimos ao apagamento do ego do poeta recomendado pelos objectivistas, este poema lembra-nos de que não só aí, mas, muito para além disso, também na miríade de animais e fantasmas que esse ego visita e pelos quais é visitado — terceiro livro —, usando os termos de Pedro Serra, “a identidade não passa pelo espaço do poema, suspendido numa aporética poesia/literatura” (2011, 55). Ou, por outra, a identidade é repassada nos espaços do poema, apurando-se entre eles, não por individuação, mas por contacto.
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António Franco Alexandre serve-se dessa extraordinária possibilidade da língua portuguesa, o sujeito nulo, para contar apenas por predicativos do sujeito e por verbos conjugados na terceira pessoa a história do escravo morto, “Fugido / em novembro dois, de 1804”. Mas, num poema repleto de datas e cálculos precisos, desse condenado, sabemos que “habitava em comunhão carnal contra natura, / adorando ídolos, dado a bruxedo & feitiçaria”. É assim que se lança um papagaio.
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Num passo dedicado a What Maisie Knew, de Henry James, Kenneth Gross fala de uma fantasmagoria que não pertence propriamente ao sobrenatural, antes reside na “textura das nossas vidas quotidianas”, as de todos nós, os homens infames:
It’s a test of our ordinary selves, what we know and don’t know of one another. It’s a ghostliness sometimes in question, struggled over, the trace of a ghost whom it might be dangerous to drive away or lay to rest, a ghostliness — a deathliness — that binds us to others and to ourselves through love and doubt and fear” (p. 69)
Talvez sejam o amor e a dúvida e o medo que me prendam ao escravo do poema:
Tremiam-lhe os ombros porque tinha medo
& sinais das estrelas mau presságio, & vira
mortos os companheiros antes de ser preso,
& estando sozinho
lhe parecia a morte mto difícil.
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Deitar fantasmas ao papel e lançar papagaios ao rio são acções aproximáveis na escrita de António Franco Alexandre. O derradeiro teste de leitura que esta poesia espectral nos apresenta pode depender da disponibilidade para ver e ouvir, na noite, com atenção e alguma infantil mestria, o traço leve de um fantasma que não se pode expulsar: aquele que “arde no espelho”, como o papagaio do poema.
Referências
Alexandre, António Franco (2021). Poemas. Porto Editora.
Frias, Joana Matos (2023). Oscilações (poesia em todos os sentidos). Documenta.
Gross, Kenneth (2022). Dangerous Children: On Seven Novels and a Story. The University of Chicago Press.
Gusmão, Manuel (2010). Tatuagem & Palimpsesto: da poesia em alguns poetas e poemas. Assírio & Alvim.
Serra, Pedro (2011). “A Poesia e o Colosso em António Franco Alexandre”, Inimigo Rumor, vol. 11, pp. 53-56.
[1] As citações da obra de António Franco Alexandre têm como referência Poemas, 2021.
[2] Trata-se de “O Idioma Analítico de John Wilkins”, de Outras Inquirições.